Valzinho: Zezé Gonzaga

A cantora concorda. “A gente gravava o que podia.” Depois que Zezé se
retirou da carreira, desanimada com os rumos que esta tomara, Hermínio
demorou para encontrá-la novamente. Zezé, que é solteira até hoje, foi com
a filha de criação para Curitiba, onde se isolou. Um dia, o colunista
curitibano Aramis Milarch, já morto e que era grande admirador de Zezé,
comentou com amigos do Rio sobre o paradeiro da cantora e Hermínio foi
atrás dela.

“Hermínio, você está sabendo que eu não quero mais”, ela disse. Mas o
convite era tentador. Participar da gravação de um disco do violonista
Valzinho (o carioca Norival Carlos Teixeira, irmão do também compositor
Newton Teixeira, famoso na década de 30 por tocar ao lado de gente como
João da Baiana, Pixinguinha, Dante Santoro e Luperce Miranda).

Valzinho andava sumido. “Fui um grande boêmio, atravessava a noite e perdi
a saúde”, dizia. Outros definiam mais cruamente sua trajetória: “Bebeu,
teve amores violentíssimos e sempre foi mão aberta.” Duro e abandonado,
foi resgatado também naquela ocasião por Hermínio. Até então, jamais tinha
gravado um elepê.

Encontrado aqui: http://www.samba-choro.com.br/s-c/tribuna/samba-choro.0208/0693.html

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